Sempre fui assim! Pensando
em um milhão de coisas ao mesmo tempo, hora penso no namorado outra no trabalho
que tenho que terminar, imediatamente penso no que esqueci de fazer à três dias
a trás, imagino meu fim de semana, aquela prova que fui mal e aquela matéria
chata que faltam algumas atividades, no paciente da clinica da faculdade, no
outro que esta na sala de espera e agora no que estou fazendo...assim vai. Ele
falou que ao mesmo tempo isso me ajuda também me atrapalha, realmente sinto
isso porque há horas que não consigo me concentrar e peço para ele ou quem quer
que seja que eu esteja conversando repita tudo ou não presto atenção no que
estou fazendo.
Isso também no meu
modo de fazer as coisas, quero tudo agora e pronto já, faço 10 atividade ao
mesmo tempo e tenho um certo TOC, tenho que terminar tudo que comecei. Fora que
me irrito muito com pessoal lerdas, que precisam de mil explicações para
compreender algo. Falte-me paciência.
TOC, sim, leve,
por limpeza e atividade terminadas, também sou um tanto individualista, odeio
que mecham nas minhas coisas, simplesmente detesto que tirem o que é meu do
lugar.
E realmente odeio
aquele tipinho de pessoa que sempre acha que esta certa, como a minha mãe, isso
me irrita profundamente.
Odeio quem acha que mulher é obrigada a saber cozinhar
ou tem que trabalhar e manter a casa toda organizada sozinha, sem que o resto
dos folgados ajudem. E nunca pense que irei colocar a organização da casa
(comida pronta, roupa passada, lavada etc.) a frente de uma saída, irei fazer
quando quiser. Acho que essa revolta de me ver como dona de casa é pelo fato da
minha mãe viver para a casa e estar sempre reclamando disso, ela teve escolha,
podia ter continuado trabalhando fora, mas decidiu no inicio trabalhar em casa
e logo que a renda do meu pai podia sustentar a casa ela parou com todo o
trabalho e se tornou Dona de Casa. Ela nunca falou com todas as palavras que se
arrepende, mas para mim que já passei muito tempo em casa ouvi muito ela
reclamar que não tem descanso ou que vive para cozinhar.
Confesso que nunca fui
a filhar exemplar (ou contrário do meu irmão) que suava a camisa com os
serviços da casa, fazia o que ela pedia (reclamava algumas vezes), mas porque
sempre senti que se eu fizesse tudo que ela queria me tornaria como ela, além
de nunca o serviço que eu fazia ser o suficiente. Para fugir do serviço de casa
achei refugio nos livros, falava que estava estudando, lendo, fazendo trabalhos
escolares...isso por um lado era bom porque muitas fazes era verdade e hoje
acho que tomei gosto para os estudo. Hoje ela tem condições de pagar alguém
para ajuda-la mas sempre fica reclamando, que a pessoa não faz isso direito ou
esqueceu de fazer isso, fora que ela acaba trabalhando mais do que quem ela
paga.
Por fim essa sou
eu, chata, inquieta, cheia de defeitos, tenho qualidade, peculiaridades que me
fazem única.
Eu sou o tudo. Eu sou o Nada.
Sou os livros que li, os momentos que passei, eu sou os brinquedos que
brinquei e, os amigos que conquistei.
Sou o amor que dei, e os amores que tive, as viagens que fiz, e os
esportes que pratiquei.
Sou minha matéria preferida, minha comida predileta, esse sou eu... eu
mesmo, será que vais entender?
Sou o ódio resguardado, sou os sonhos realizados, os objetivos
alcançados. Eu sou o meu interior, mas também meu exterior.
Sou um conjunto de fatores que você não pode entender. Sou a saudade, os
abraços que já dei, eu sou o passado, mas também o presente e o futuro.
Sou os meus atos.
Sou o perfeito, mas também o imperfeito. Sou o contraste e a contradição.
Sou a complexidade do mundo...
Sou o que ninguém vê!
(Baseado no texto de
Raissa Sonoda)